Prevenção
A pandemia exige informação
Neste Dia da Mentira, a atenção deve ser redobrada para as fake news; Raquel Recuero fala sobre os perigos das mensagens falsas no combate e prevenção à Covid-19
Divulgação -
Nesta quarta-feira (1º) é celebrado o Dia da Mentira, data em que é comum pregar peças e espalhar boatos aos amigos, como uma brincadeira. Em tempos de pandemia mundial, a informação é a chave para combater a Covid-19, doença presente em todos os estados brasileiros. E nas redes sociais e aplicativos de conversa, o cuidado precisa ser redobrado - para não repassar fake news. "As pessoas estão inseguras, ansiosas e com isso ficam mais apavoradas. É um terreno muito fértil para a desinformação", explica Raquel Recuero, pesquisadora especialista em sites de redes sociais.
Professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Programa de Pós-Graduação em Redes Sociais, Interações e Sociabilidades, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Raquel frisa: a pandemia é uma situação de pânico social. Com o crescimento exponencial de casos confirmados do coronavírus no Brasil, a população vive um regime de ansiedade em relação às novas informações. Nos grupos do WhatsApp, pipocam a todo momento mensagens sobre o vírus, neste Dia da Mentira, muitas podem fazer jus à data.
"As pessoas tendem a ser mais crédulas com informações pelo WhatsApp, por que são de pessoas que elas conhecem e confiam", diz a pesquisadora. Desde a época das eleições presidenciais, em 2018, as pessoas passaram a fechar o cerco quanto a quem pertence às conversas em grupo, formando bolhas sociais e câmaras de eco. Alinhamentos políticos aproximaram os laços, enquanto outros foram perdidos. "As pessoas excluíram contatos, e nisso ficaram mais próximas de quem acredita no que elas acreditam", ressalta.
Assim, a desinformação é mais fácil de se propagar. Por isso, em redes sociais como o Twitter, a informação circula de outra forma. Com posts públicos, acessadas por todos os usuários, a checagem e apuração de notícias que comprovem ou desmintam o assunto é mais rápida e eficiente. "As pessoas estão na expectativa de um teste positivo, então qualquer coisa já estão compartilhando. A situação toda é muito fora do normal", avalia Recuero.
Enquanto isso, pessoas com influência nas redes, como governantes e especialistas, ganham foco. "Por isso, é extremamente perigoso que pessoas do alto escalão do governo e profissionais da saúde publiquem informações não verificadas. A tendência é que essas pessoas ganhem credibilidade na rede", frisa. Com credibilidade, ganha-se atenção.
Nesta semana, o Twitter, o Facebook e o Instagram retiraram do ar vídeos em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, contraria determinações dos órgãos de saúde, incitando as pessoas a quebrar a orientação de quarentena e isolamento social. Em nota, as redes sociais informaram que os conteúdos foram tirados do ar porque violam os padrões de Comunidade - que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas. "As pessoas passam a se perguntar: em quem eu acredito?", comenta Raquel.
Dieta midiática
É hora de procurar informação com credibilidade: a dica da pesquisadora é que a população faça uma dieta midiática. O consumo de informação deve ser de veículos que tenham apuração e checagem das notícias. Se buscar especialistas, que sejam aqueles confiáveis e com experiência na área que estão tratando. A imprensa está unida para informar com responsabilidade. O Diário Popular, por exemplo, liberou por tempo indeterminado o acesso às matérias e reportagens na versão on-line. Basta acessar o site e clicar nas matérias referentes à pandemia no município, na região, no Estado, no país e no mundo.
"É só uma gripe"
O coronavírus pode causar sérias complicações no organismo. O contágio ocorre ao inalar pequenas gotas expelidas pela tosse ou espirro de um vírus de pessoa infectada, além da transmissão comunitária. Fora os principais sintomas (cansaço, febre e tosse seca), alguns pacientes podem apresentar dores musculares, congestão nasal, dor de garganta e diarreia, de acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Se atingir os pulmões, o vírus pode causar pneumonia.
"Governo do Brasil anuncia cura para o coronavírus"
Ainda não existe uma vacina pronta contra o coronavírus, destaca o Ministério da Saúde. No site oficial, em nota, a pasta desmentiu a informação. "Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para o combate ao coronavírus (Covid-19), entretanto, até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção", diz.
"Beber água quente ou chá mata o vírus"
A Covid-19 não pode ser combatida com a ingestão de bebidas quentes. A Sociedade Brasileira de Infectologia explicou que a vacina da gripe não protege contra o novo coronavírus, mas sim contra o Influenza. A vacinação é uma maneira de resguardar os mais vulneráveis contra doenças respiratórias.
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